Autismo: terapia com bebês reduz chance de diagnóstico clínico em 2/3

A terapia com bebês aumenta o desenvolvimento social e com isso, pode reduzir chance de diagnóstico clínico de autismo em 2/3. Uma intervenção liderada pelos pais que apoiam o desenvolvimento de crianças que já apresentam sinais precoces de autismo fez com que caísse de maneira significa a probabilidade de um diagnóstico da doença.

A equipe liderada pelo Professor Andrew Whitehouse, da Universidade da Austrália, e incluindo o Professor Jonathan Green, descobriu que um diagnóstico clínico de autismo em a idade de três anos era apenas 1/3 mais provável em crianças que receberam a intervenção preventiva (iBASIS-VIPP) e isso em comparação com aquelas que receberam o tratamento usual, que seria a primeira vez que uma melhora foi demonstrada em todo o mundo.

O estudo se baseia no trabalho da equipe liderada por Jonathan Green da Universidade de Manchester, localizada nos Estados Unidos, no desenvolvimento e teste original da intervenção iBASIS-VIPP em uma pesquisa no Reino Unido.

Green explicou que “essas descobertas são a primeira evidência de que uma intervenção preventiva durante a infância pode levar a uma melhora tão significativa no desenvolvimento social das crianças que elas caem abaixo do limiar para um diagnóstico clínico de autismo”.

Ele pontuou que “muitas terapias para o autismo tentaram substituir as diferenças de desenvolvimento por comportamentos mais ‘típicos’”e que o “iBASIS-VIPP trabalha com as diferenças únicas de cada criança e cria um ambiente social que os ajuda a aprender da maneira que for melhor para eles.”

Representação gráfica de criança com autismo
Imagem: Nikosnikossss/Shutterstock

Portanto, a terapia foi capaz de apoiar o envolvimento social e outros comportamentos relacionados ao autismo, como comportamentos sensoriais e repetitividade. Essa foi a primeira evidência de que uma intervenção preventiva durante a infância poderia levar a uma melhora tão significativa.

O professor Green acrescentou que com a terapia, é possível fornecer suporte antes que o diagnóstico seja dado: “A descoberta é consistente com as descobertas anteriores, o que aumenta nossa confiança na realidade dos resultados. Essa evidência pode ter um impacto enorme sobre prática clínica e saúde pública – poucos ensaios clínicos têm esse potencial.”

O ensaio clínico randomizado de quatro anos envolveu bebês de 9 a 14 meses para investigar os impactos, em que todos os bebês mostraram sinais comportamentais precoces de autismo. Sendo assim, ao longo de um período de cinco meses, metade recebeu a intervenção por vídeo, enquanto um grupo de controle recebeu o tratamento das melhores práticas atuais. Oitenta e nove crianças completaram uma avaliação no início do estudo, no final do período de terapia e quando tinham dois e três anos de idade.

De acordo com ele, dada a alta prevalência de autismo em todo o mundo, as implicações das descobertas são enormes. Tanto que na Austrália, cerca de 2% de todas as crianças têm diagnóstico de autismo.

“O autismo não é tipicamente diagnosticado até os três anos de idade, no entanto, as intervenções iniciadas durante os primeiros dois anos de vida, quando os primeiros sinais de diferença de desenvolvimento são observados e o cérebro está se desenvolvendo rapidamente, podem levar a um impacto ainda maior nos resultados de desenvolvimento em infância posterior “, disse Whitehouse.

O professor concluiu que o acompanhamento no final da infância, no momento em que os comportamentos para o autismo podem ser mais aparentes, seria fundamental para determinar o significado de longo prazo da intervenção.

 

 

 

 

Fonte: https://olhardigital.com.br/2021/09/20/medicina-e-saude/autismo-terapia-com-bebes-reduz-chance-de-diagnostico-clinico-em-2-3/